quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Graças ao grafite

Achei um apontador.
Abri a página.
Agora tô ...
tô dando corda pra moda,
que muito pomposa faz um cinto pra me enformosar
tô dando ouvido pro mundo,
um poço sem fundo,
sempre faminto
me come crua, nem espera cozinhar.
tô dando um passo no esboço
não sei donde parti
nem onde quero chegar.
a cada polegada de deslocamento
me movo livremente, não me basta ficar.
tô dando um tapa na cara da tristura
que adora novela mexicana,
lágrimas e descompostura final.
tô dando ponta pro lápis
que ficou mudo/cedo/surdo por tanto tempo.
e agora, tem o apontador,seu companheiro de estrada,
nessa jornada que acaba de recomeçar.
tô dando contorno ao desenho,
embelezando pra poder admirar.
traçando trilhas e mais trilhas pra tudo quanto é lugar.